Porto vai ganhar a instalação de uma esmagadora de sementes, e pretende alcançar demanda de 2,5 milhões e meio de toneladas em quatro anos de operação do terminal de grãos
Dois milhões e meio de toneladas por ano é a demanda que o Porto do Açu pretende alcançar em quatro anos de operação do terminal de grãos, conforme sinalizou Rodrigo Morgado, gerente de Agronegócio do Porto do Açu, na reunião do Conselho de Agronegócios, Alimentos e Bebidas da Firjan, realizada em 25/9.
Para alcançar esse volume, Morgado destaca um grande aliado: a instalação de uma esmagadora de grãos bem próxima ao produto que chegará ao porto. Ele acrescentou que o grão esmagado transformado em farelo e óleo de soja pode ser exportado ou ficar no mercado interno. O gerente lembrou ainda que o maior desafio do Porto do Açu é balancear o fluxo de exportação e importação, para baratear a logística do setor de agronegócios.
Criado para mineração e óleo e gás, o Porto do Açu sempre teve um projeto de grão no radar, conta Maartje Driessens, gerente de Relações Internacionais da empresa. Há três anos, ressaltou, desenvolveu uma estratégia, primeiro com a importação de fertilizantes e, depois, com a exportação de milho e soja. Maartje informou ainda que existem outros projetos importantes no foco da companhia, como a exportação de gado.
Hudson Jaber, presidente da Associação de Produtores Rurais do Rio de Janeiro (AprorRIO), levou para a reunião do conselho conquistas e desafios da instituição. Segundo ele, a associação nasceu com o objetivo de juntar produtores que quisessem desenvolver o estado não só na parte da pecuária como também na agricultura.
Uma das pautas que vem sendo trabalhada desde o início da associação é a questão tributária da soja. “Hoje, para vender no estado do Rio, é mais caro do que mandar para outros estados, o que prejudica totalmente a cadeia da soja”, pontuou Jaber, que, por outro lado, celebrou o trabalho do Porto do Açu com a soja e a futura instalação de uma esmagadora do produto.
Para Antonio Carlos C. Cordeiro, presidente do Conselho Empresarial da federação, um estudo sobre a desoneração da soja pode ser importante para fortalecer o setor fluminense.
O Conselho também debateu o impacto das bets, ou apostas, no consumo da população. O presidente comentou o fato de as pessoas estarem deixando de adquirir itens de primeira necessidade (como os alimentos, por exemplo) para jogar, e propôs a união entre federações para estudarem a questão desse impacto das apostas no consumo e no comprometimento da renda das famílias.
Diante desse cenário, Antonio Carlos ressaltou que essa associação do esporte com o jogo não é saudável para a sociedade, nem para a economia. Ele observou a maneira forte com que as bets entraram nas casas, por meio de astros de futebol como garotos-propaganda dessa modalidade de apostas. "É preciso haver uma regulação nesse segmento que proíba ou cerceie a propaganda nos mesmos moldes que fizeram para o cigarro”, apontou.
Ascom
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