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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Energia das marés pode abastecer plataformas de exploração de petróleo

A instalação de dispositivos offshore geradores de energia a partir das marés para utilização pelas plataformas de petróleo ou em ilhas é uma das possibilidades apresentadas por Segen Estefen, professor titular de Estruturas Oceânicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe.


O professor fez a palestra “Energias renováveis e sustentabilidade nos oceanos”, durante o V Congresso Brasileiro de Oceanografia, que acontece até 16 de novembro no Centro de Convenções Sul América no Rio de Janeiro.

Segundo o professor, o Brasil está entre os principais players do setor de geração de energia a partir das ondas e marés marítimas. “Ao contrário do que aconteceu na eólica, neste caso estamos na linha de frente. Estamos entre os 30 países no desenvolvimento e entre os dez que já desenvolveram protótipos para testes”, disse.

Apesar do estágio de pesquisa, Segen reconhece que ainda há muito a fazer. “Estamos ainda no estágio da energia eólica de 20 anos atrás. A diferença é que o Brasil está dentro do processo como gerador da energia e não apenas como usuário”, avaliou.

Ele afirmou que a energia dos mares ainda demanda estudos e aportes de tecnologia para se tornar competitiva. Sua aposta é na energia proveniente do mar como complementar às outras fontes de energia renováveis, com as quais deve trabalhar de forma integrada.

De acordo com o pesquisador da Coppe, Rafael Malheiro, há estudos em andamento para definir as áreas apropriadas para instalação de unidades geradoras em todo o país.

As características das regiões Sul e Sudeste permitem melhor utilização da energia a partir das ondas. Já no Norte e Nordeste o melhor aproveitamento vem das marés. 

Uma das ideias para auxiliar nas definições é a edição de um atlas, com mapeamento das condições da costa. Ele aponta que outra necessidade é a identificação dos usuários, que podem ser, por exemplo, comunidades isoladas e carentes de energia, colônias de pescadores, unidades militares, portos, iluminação pública de praias, as plataformas de petróleo ou, ainda, o uso industrial que envolve até mesmo a dessalinização de água e seu uso na própria indústria ou na agricultura.

“Com o pré-sal e a exploração em plataformas a até 200 km do litoral, a ideia de instalarmos fazendas geradoras de energia com as marés é extremamente apropriada”, defende Malheiro.






 




Agência Rio