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domingo, 3 de outubro de 2021

Mais barata e opção à crise hídrica: o que se sabe sobre a segunda maior termelétrica do Brasil inaugurada no Porto do Açu

 Usina começou a operar no dia 16 de setembro, no Porto do Açu, em São João da Barra, e foi inaugurada pelo ministro de Minas e Energia na quinta (30). O empreendimento tem capacidade para atender a 6 milhões de casas e já há projetos para a expansão do complexo.

Foto: Divulgação

A segunda maior usina termelétrica do Brasil foi inaugurada na quinta-feira (30) no Porto do Açu, em São João da Barra. A solenidade contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.


A GNA I começou a operar já no dia 16 de setembro, após autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).


Além de ser considerada uma das maiores do país, a nova usina também se destaca pela tecnologia e menor custo para operação, se apresentando com uma opção viável para conter a crise hídrica. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, o nível dos reservatórios de água no Sudeste e Centro-Oeste é o pior em 20 anos.


Durante discurso, Bento Albuquerque afirmou que a produção de energia feita na termelétrica do Porto do Açu é a que deve se expandir no país.


"A geração aqui, do Porto do Açu, é bem mais barata que as termelétricas que estão utilizando. Esse é o tipo de empreendimento que nós queremos. Esse tipo de empreendimento que nós vamos ter no leilão de reserva de capacidade que vamos realizar. É isso que estamos buscando para que o consumidor brasileiro não tenha só segurança energética, como tarifas mais baratas", afirmou o ministro.


Veja o que se sabe sobre a nova usina:


1. Qual a capacidade de produção de energia?

A usina termelétrica GNA I pode produzir até 1.338 megawatts (MW) de energia, o que representa, aproximadamente, 9% de toda a capacidade da geração térmica a gás natural disponível hoje no Sistema Elétrico Brasileiro.


A capacidade é suficiente para fornecer energia a 6 milhões de residências.


2. O que torna a operação da usina mais barata e menos poluente?

A energia gerada em termelétricas é a mais cara entre as usinas e provoca aumento no custo da conta de luz. A GNA I, no entanto, opera com custo mais baixo e com menor nível de emissões do que termelétricas mais antigas. Isso porque, une a tecnologia com a utilização de gás natural e vapor na produção.


Operando em ciclo combinado, a usina é composta por três turbinas a gás e uma turbina a vapor. Com tecnologia avançada, aproximadamente um terço da energia produzida pela usina é gerada a partir da turbina a vapor. Isso significa a capacidade de geração de aproximadamente 465 MW, sem consumo adicional de gás, o suficiente para abastecer mais de 2 milhões de residências.


"30% da nossa energia é gerada através da recuperação do vapor, gerado a combustão a gás. É uma das térmicas mais eficientes do mundo. Então o nosso custo de energia é muito mais barato que as outras térmicas", avaliou o diretor-presidente da GNA, Bernardo Perseke.


A usina também dispõe de terminal de gás natural liquefeito (GNL), o primeiro de uso privado do Brasil, onde está atracada a unidade flutuante FSRU BW Magna, com capacidade para armazenar e regaseificar até 28 milhões de m3 de gás por dia.


O complexo possui, ainda, uma unidade de dessalinização, responsável pelo abastecimento de água do parque termelétrico. Essa unidade possibilita que a operação comercial se baseie em 100% de utilização de água do mar.


3. Como funciona a distribuição de energia?

A energia gerada pela UTE GNA I é conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de uma linha de transmissão de 345 kV de, aproximadamente, 52 km de extensão, na subestação de Campos dos Goytacazes.


O SIN será responsável pela distribuição da energia pelo país.


De acordo com o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, a entrada em operação da usina será benéfica para o setor, diante do agravamento da escassez hídrica nos últimos meses.


4. Qual a relação entre a operação da usina e o local onde ela foi instalada?

A localização da segunda maior termelétrica do país no Porto do Açu é estratégica. Isso porque, operando no local, a usina está próxima dos campos produtores de gás offshore, da malha de gasodutos terrestres e do circuito de transmissão 500 kV de energia.


A empresa acredita que a instalação da GNA no Porto do Açu possibilitará a expansão do hub de gás e energia a partir do recebimento, processamento e transporte do gás natural e da integração entre o setor de gás com setores elétrico e industrial.


5. Qual foi o valor de investimento?

Os investimentos para construção e operação do empreendimento foram de aproximadamente R$5 bilhões.


6. Quantos empregos foram gerados durante a construção?

A usina começou a ser construída em 2018 e empregou mais de 12 mil trabalhadores em diferentes momentos do projeto. Para priorizar a contratação de mão de obra local, a GNA criou um Programa de Qualificação Profissional gratuito, em que 56% dos alunos que concluíram os cursos foram contratados para trabalhar nas atividades da termelétrica.


7. Quais os próximos passos do setor na região?

Além da UTE GNA I, a empresa irá construir a UTE GNA II, com 1.672 megawatts (MW) de capacidade instalada. Assim como a GNA I, a GNA II também será composta por 3 turbinas a gás e 1 turbina a vapor, e funcionará em ciclo combinado.


Juntas, as duas térmicas alcançarão 3 GW de capacidade instalada, o que irá gerar energia suficiente para atender cerca de 14 milhões de residências.


A previsão é de que a construção gere cerca de 5 mil postos de trabalho e a GNA II inicie a operação comercial em 2023.


A empresa possui, ainda, licença ambiental para mais que dobrar a capacidade instalada, podendo chegar a 6,4 GW, o que permitirá o desenvolvimento de novos projetos termelétricos no Açu, tornando o complexo o maior da América Latina.


Ministro de Minas e Energia descarta volta do horário de verão


O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou a volta do horário de verão, extinto desde 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro.


"O horário de verão não foi renovado em 2019 e permanece da forma como está", disse o ministro.


O horário de verão tinha voltado ao debate neste mês de setembro, após o Ministério de Minas e Energia (MME) pedir ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) — órgão responsável pela coordenação e operação do sistema elétrico brasileiro — um novo estudo sobre a medida, diante da "atual conjuntura de escassez hídrica".


De acordo com o ministro, o Governo Federal vai investir em usinas termelétricas.


"Vamos realizar um leilão, agora no próximo mês, que estamos chamando de simplificado e emergencial, justamente para que nós tenhamos energia termelétrica no período de 2022 até 2025. Com isso, nós vamos ter mais segurança e vamos poder contribuir para que os nossos reservatórios de água possam voltar a níveis normais", declarou o ministro.






Fonte: G1

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