Porto do Açu inicia implantação do parque da Caruara

 

Foto Secom SJB

Com previsão de iniciar as obras em agosto e inaugurar o espaço em fevereiro do ano que vem, o Porto do Açu deu início nesta sexta-feira (16) à implantação da sede da Reserva Particular do Patrimônio Natural Caruara, em São João da Barra. A obra será na área da Lagoa de Iquipari, em Grussaí. O polo é para lazer, sustentabilidade e turismo na região de uso público em consonância com o plano de manejo e defesa do meio ambiente. O lançamento do empreendimento aconteceu com a presença do CEO da Porto do Açu, José Firmo, e da prefeita Carla Machado. Para marcar a data foi plantada uma muda de ingá, árvore frutífera nativa na região.

A Caruara é a maior unidade de conservação privada do país dedicada ao ecossistema de restinga, que completa nove anos de criação neste mês de julho. Criada de forma voluntária pelo Porto do Açu em 2012, a reserva é o maior ativo ambiental do empreendimento portuário.

O CEO da Porto do Açu, José Firmo, abriu o evento e disse que abraçou a causa, mas coube ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) a liberação da área, onde cabem cinco mil campos de futebol, além da parceria com a prefeitura de São João da Barra.

Carla Machado destacou a importância do espaço para o desenvolvimento do turismo sustentável, além do seu papel social. "Esse empreendimento na área de preservação ambiental na área da Caruara é muito importante, não só no aspecto turístico-ambiental, também no aspecto educacional, cultural e científico. A empresa está fazendo a parte dela na questão da responsabilidade social. Um marco muito importante para São João da Barra. O ganho será social e ambiental", destacou a prefeita.

"É um trabalho de engajamento, trazendo a comunidade para perto da Porto do Açu e nasce com intuito de integrado à comunidade", disse o diretor de Administração Portuária, Vinícius Patel. Coordenador da RPPN Caruara, Daniel Nascimento ainda explica:

— A Caruara teve seu Plano de Manejo construído de forma participativa e aprovado pelo órgão ambiental em 2018. Optamos por uma RPPN onde é dado o uso público e, dessa forma, a região contará com uma nova área de lazer, que poderá ser usada pela comunidade de forma gratuita, além de atrair visitantes ao município, valorizando sua riqueza natural.

Um dos atrativos será a nova base para o Programa de Conservação de Tartarugas Marinhas. Também será criada a Casa do Pesquisador, para potencializar e dar suporte a pesquisas científicas na reserva. Além disso, o complexo vai contar com sede de visitação, que terá programação cultural, educacional e esportiva, e espaço de paisagismo, com uso de espécies de restinga, parquinho para crianças, estacionamento e acessibilidade.

Com área total de quatro mil hectares, a RPPN Caruara é a maior unidade privada dedicada à preservação do ecossistema de restinga do Brasil. Na Caruara são desenvolvidos trabalhos de restauração florestal e monitoramento de fauna e flora, utilizando a mão de obra das comunidades do entorno. Hoje, cerca de 40 moradores da região trabalham no espaço.

Todas as mudas plantadas na reserva são produzidas em um viveiro próprio, com capacidade de produção de 500 mil mudas por ano – o que totaliza 1,3 milhão de mudas de 88 espécies. Em toda a área preservada, foram identificadas 292 espécies de flora e 573 de fauna, incluindo espécies criticamente ameaçadas de extinção, como o Melocactus (Melocactusviolaceus), o Lagarto do Rabo Verde (Ameivulalittoralis) e a Borboleta da Praia (Paridesascanius).

A Caruara também produz material acadêmico e científico: são 24 pesquisas desenvolvidas, 66 publicações (resumos, artigos, teses e monografias) e 48 participações em eventos científicos. A restinga é reconhecida pelos prêmios Firjan Ação Ambiental, Selo Verde Instituto Chico Mendes, Benchmarking Brasil e 14º Prêmio Brasil Ambiental.

Fonte: Folha 1 | Secom SJB