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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Empresas usam sistema para avaliar risco de inadimplência do consumidor

G1
O Brasil tem hoje 57 milhões de consumidores inadimplentes, segundo a Serasa. Mas tem muita gente que não está devendo nada e mesmo assim não consegue crédito para comprar. Isso porque o nome desse consumidor pode estar no cadastro de pontuação usado pelas empresas.  É o chamado score, que avalia os bons e os possíveis maus pagadores.

A copeira Eliene Pereira Silveira pagou a dívida que ela tinha feito e o nome dela saiu do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Mas quando ela foi fazer uma compra, não conseguiu parcelar. Recebeu um ‘não’ do vendedor.

“É pior ainda porque não está sujo. Tá constando que está restrito que você não pode ter cartão de crédito nem nada, mas não sabe por que está restrito”, conta Eliene.

Quitar a dívida pode não ser a garantia da volta imediata ao crédito. No Brasil, as empresas utilizam um sistema chamado score para avaliar o risco de inadimplência de um consumidor.

A cada 10 pessoas que vão ao serviço de proteção ao crédito, sete só descobriram que estão com o nome sujo porque foram fazer uma compra ou pegar um empréstimo e não conseguiram.

Na hora de aprovar o crédito, financeiras, lojas de eletrodomésticos, seguradoras, operadoras de telefonia consultam o cadastro. Nele há informações sobre o histórico do consumidor. O nome entra para essa lista quando a pessoa pega um financiamento ou abre uma conta bancária. Os bons pagadores tem uma pontuação maior e, portanto, conseguem crédito mais fácil a juros menores. Os considerados maus pagadores podem não ter acesso ao crédito.

Segundo a Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o sistema de pontuação não é ilegal. Mas, ele não pode informar, por exemplo, que no passado o consumidor foi inadimplente, se o nome dele já esteve nas listas de proteção ao crédito, e não está mais.

“Isso pode nos dar a entender que estão retornando a velha prática proibida pelo código de defesa do consumidor das chamadas listas-negras, ou seja, o consumidor teve uma dívida no passado, conseguiu pagar a dívida e o código fala que nesse momento não pode ter mais nenhuma inscrição do seu nome sendo possível a obtenção de novo crédito. O grande problema é exatamente o consumidor não ter acesso aos critérios do score então, ele não sabe exatamente quais são as razões pelas quais houve a negativa de crédito”, explica Bruno Burgarelli, da Comissão de Defesa do Consumidor - OAB.

“A partir do momento que ele paga a dívida. Essa informação é retirada dos bancos de dados.

O credor vai avaliar a capacidade de pagamento, a renda, histórico prévio que esse consumidor teve com a sua própria instituição, enfim são vários fatores além das informações da Serasa que também vão ser avaliadas”, explica Vander Nagata, supervisor de Informações sobre Consumidores (Serasa).

A assistente administrativo Jéssica Araújo Miguel precisou recorrer ao Procon para abrir uma conta bancária. O pedido foi negado pelo banco mesmo com a antiga dívida paga.

“Você não está devendo nada e eles ainda estão te barrando. Acabou constrangendo a gente, envergonhando a gente e é muito constrangedor, muito vergonhoso”.

O que muita gente não sabe é que dá para ver se o nome está sujo ou não pela internet. O cadastro é de graça e pode ser feito em qualquer computador. Acesse AQUI.

É preciso informar alguns dados pessoais e também um endereço eletrônico e número do celular. “São formas de garantir que o consumidor que está fazendo o cadastro é a pessoa que diz ser”, explica Fernando Cosenza, diretor de sustentabilidade.

Depois o consumidor consegue ver a lista completa das empresas para as quais está devendo. Com os detalhes na mão, fica mais fácil limpar o nome, explica Fernando: “Vai poder verificar se tem registro de débito e, se tiver, quem são os credores, qual o valor original da dívida e quais são os meios de contato com esse credor, para a pessoa procurar o credor e sentar para fazer a negociação”.

A OAB recorreu ao Superior Tribunal de Justiça para questionar esse sistema de pontuação e aguarda uma decisão do STJ.











Fonte: Jornal Hoje

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