Mistérios da Curva da Loira na Campos/Farol se mantêm por décadas

Foto Silvana Rust

Reza a lenda que uma loira sofreu um acidente e morreu antes de se casar. Desde então, ela aparece a cada fatalidade no mesmo local

Em uma curva nunca se sabe o que se vai encontrar. É com o mesmo ar de mistério que as histórias da “Curva da Loira”, na RJ-216 (Campos/Farol de São Thomé), se mantêm durante décadas. Reza a lenda que uma loira, vestida de noiva, sofreu um acidente e morreu ali antes de se casar. Desde então, ela atormentaria os motoristas dessa estrada e provocaria fatalidades. Pode até ser estória, mas também é fato que inúmeros acidentes acontecem nesse trecho e a tal curva foi deixada de lado em troca de uma nova via de acesso. Misteriosamente, depois da mudança, ninguém mais foi surpreendido com a loira no caminho.

O casal José da Conceição, de 75 anos, e Maria Augusta da Conceição, de 67 anos, mora na localidade de Bugalho e se lembra de quando sofreu um acidente há onze anos na curva. Você deve estar se perguntando se eles viram a loira. Não, eles não viram, mas desde essa época escutam falar e acreditam na história.

Foto: Silvana Rust

 “Estávamos eu, minha esposa e dois netos no Chevette, pela manhã, saindo da igreja Santo Amaro, quando perdi o controle da direção. O carro capotou e parou em pé em uma estaca. Não vi a loira, mas ela puxa para fora da curva e provoca muitos acidentes”, acredita o senhor José.

Dona Maria Augusta conta que gritou muito para Santo Amaro proteger toda a família. Ela disse, inclusive, que era comum os motoristas da empresa Progresso verem a loira no caminho.

“Na antiga curva ninguém passa mais. Levei muitos anos sem ir para o lado de lá. Fiquei com trauma de passar por curvas, principalmente de carro”, disse.

O morador Joílson da Silva, de 46 anos, há quinze anos mora exatamente na casa de frente para a curva. Ele apontou um vizinho que já acudiu várias vítimas atormentadas pela loira.

“De madrugada, meu vizinho costuma tirar leite no curral próximo. Ele carrega histórias antigas e os relatos das pessoas são sempre muito parecidos. Mas, o que esses relatos não explicam é aonde o viúvo se esconde”, questionou com risos.

Jornal Terceira Via