Responsável pela iniciativa, o Porto do Açu está localizado dentro da área prioritária para a conservação da espécie
Ameaçadas de extinção, as tartarugas-cabeçudas buscam no litoral do Norte Fluminense o ambiente ideal para desovarem. O destino são as praias da região do município de São João da Barra, Campos e Quissamã, para onde elas migram anualmente, em meados de setembro, quando o ciclo reprodutivo começa. São nessas praias também que o projeto Protegendo as Tartarugas Marinhas, que acaba de receber o prêmio mundial de sustentabilidade da Associação Internacional de Portos (IAPH, na sigla em inglês), atua para preservar a espécie desde 2008.
Desde a inauguração, o projeto já realizou a soltura de mais de um milhão de filhotes ao mar — marco atingido em 2020 —, em cerca de 65 ações de liberação ao longo dos anos, além de promover a educação ambiental a um público aproximado de 7.500 pessoas.
Responsável pelo projeto, o Porto do Açu está localizado dentro dos cem quilômetros da área prioritária para a conservação da espécie, sendo um espaço importante de alimentação, descanso e reprodução.
Segundo o diretor de relações institucionais do porto, Eduardo Kantz, o programa deve ser ampliado ano que vem, com a construção de uma nova sede ambiental na unidade de conservação de Caruara, e com um novo centro de visitantes no local. Além disso, o projeto pretende firmar mais parcerias no Brasil e a nível internacional, garantindo uma maior troca de informações científicas.
— Nós temos o compromisso de desenvolver o Açu para ser um porto seguro para os navios e também para as tartarugas marinhas — diz Kantz. — É conciliar o desenvolvimento com a preservação da biodiversidade.
Dividido em três linhas de atuação, o projeto conta com a colaboração da população local para dar certo. São mais de 60 quilômetros de praia sendo monitorados diariamente, desde o Pontal de Atafona, no município de SJB, passando por Farol de São Thomé, em Campos, até a Barra do Furado, em Quissamã. Toda a extensão é percorrida por equipes, formadas por moradores da região, que buscam rastros das tartarugas para a identificação e a localização de novos ninhos.
Com a eclosão dos ovos e o nascimento dos filhotes, o projeto organiza eventos de soltura, reunindo escolas da região, pescadores, banhistas e a comunidade da região. Em razão da pandemia de Covid-19, no entanto, o último evento de liberação dos filhotes, no início do ano, foi mais reservado e controlado, segundo Kantz. A estimativa é que essas ações voltem à normalidade a partir da próxima temporada reprodutiva da espécie, em 2022, com a população vacinada.
Muito a aprender
Com o status de ameaça em perigo, de acordo com a classificação mais recente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a tartaruga-cabeçuda é uma das cinco espécies encontradas no Brasil, juntamente com a tartaruga-verde, a tartaruga-oliva, a tartaruga-de-pente e a tartaruga-de-couro. Contudo, segundo Kantz, ainda há poucas informações a respeito do ciclo de vida das espécies:
— Tem muita coisa que não se sabe sobre as tartarugas
Fonte: O Globo
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