Durante os 40 minutos do ato, os diretores Tezeu Bezerra e Gustavo Morete conscientizaram os petroleiros, que embarcavam e desembarcavam no local, sobre a necessidade de priorizar a segurança no trabalho. Eles denunciaram que as mudanças recentes na Petrobrás, com venda de ativos e aumento da terceirização, elevam os riscos de acidentes e mortes.
“Esse acidente trágico é marcado pela política que estava posta no momento, de redução de investimentos na empresa, e que infelizmente hoje é retomada”, afirma Tezeu, advertindo ainda para o fato de que hoje mesmo a Bacia de Campos vive a apreensão de manter 22 plataformas com precariedade de pessoal marítimo, em razão de uma mudança de contrato que reduziu salários e benefícios.
Além do ato no Heliporto do Farol, o Sindipetro-NF também marca a data com a realização, hoje (15), às 19h, de transmissão ao vivo nas redes sociais da entidade com o tema “P-36: O que mudou?”, para debater com a categoria petroleira e com a sociedade as conquistas na área de segurança do trabalho nestas duas décadas, assim como os problemas ainda enfrentados pelos trabalhadores.
Os 20 anos da P-36 também serão lembrados por meio de edição especial do Podcast da Rádio NF (www.radionf.org.br), que será publicado nesta terça-feira (16), com entrevistas exclusivas com diretores sindicais atuais e da época da tragédia, familiares das vítimas e um sobrevivente. Com grande força de testemunho, os depoimentos impressionam pela constatação de que o acidente poderia ter sido evitado.
Relembre a tragédia
No início da madrugada de 15 de março de 2001, a P-36, que operava no campo de Roncador, na Bacia de Campos, sofreu duas explosões em uma de suas colunas num intervalo de 20 minutos. A segunda explosão causou a morte dos 11 trabalhadores que integravam a brigada de incêndio da unidade: Adilson Almeida de Oliveira, Charles Roberto Oscar, Emanoel Portela Lima, Ernesto de Azevedo Couto, Geraldo Magela Gonçalves, Josevaldo Dias de Souza, Laerson Antônio dos Santos, Luciano Cardoso Souza, Mário Sérgio Matheus, Sérgio dos Santos Souza e Sérgio dos Santos Barbosa.
Ascom Sindipetro-NF
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