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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Monumento do Farol de São Thomé há 135 anos iluminando gerações

Foto: Fabiana Henriques
Sua importância cresceu com a intensificação do tráfego de embarcações de apoio as plataformas submarinas de petróleo na área do Cabo São Thomé. Foi ele, o "Gigante Vermelho", que há 135 anos observou o surgimento de uma comunidade ao seu redor.


Por que o farol foi colocado para ajudar o tráfego marítimo na praia campista Farol de São Thomé. Você Sabe?

Por volta de 1850, empresários envolvidos com o comércio e o tráfego marítimo reivindicavam a instalação de mais dois faróis na costa da Província do Rio de Janeiro. Os locais escolhidos eram a Ilha de Santana, próximo a Macaé, e Farol de São Thomé. A esse último atribuiu-se a prioridade de implantação, devido aos baixios que de lá se estendem a até 10 milhas náuticas da costa.

O terreno adquirido para receber o farol tinha a vantagem de permitir boa visibilidade para o mar e distar apenas 13km da localidade de Santo Amaro. Essa proximidade facilitaria as comunicações dos faroleiros com a capital.
Em 1881, iniciou-se a montagem de uma torre Mitchell, com 45 metros de altura, a primeira do gênero no Brasil. A data de sua inauguração, 29 de julho de 1882, foi especialmente escolhida para coincidir com os festejos do 36° aniversário da Princesa Isabel.

Os faroleiros e suas famílias moravam em dois pavimentos pequenos, construídos na própria torre do farol, a 12 metros do solo. Além do desconforto da altura e das escadas apertadas e íngremes, o areal que cercava a torre refletia a luz do sol e aumentava a sensação de calor.

Poucos dias antes do natal de 1889, o Diretor de Faróis, Capitão- Tenente Leopoldino José de Passos Jr., apresentou um relatório sobre sua viagem de inspeção a São Thomé , em que dizia estar impressionado com o dia-a-dia das famílias dos faroleiros e sugeria que fossem construídas casas separadas. Além do mais, a água usada na limpeza dos cômodos, quando jogada fora, escorria pela estrutura metálica da torre. A fumaça do fogão, além de sujar paredes e tetos, afetava o aparelho luminoso. Alguns anos depois, foram erguidas as casas "em terra firme".
Ludgero Rodrigues Arêas tornou-se um dos primeiros faroleiros de São Thorné, cargo que assumiu em 1899. O interesse pela profissão foi repassado a seus descendentes, ano após ano. O último faroleiro da família Arêas a trabalhar em Farol de São Thome recebeu o mesmo nome de seu avô, pioneiro na profissão. Assim, Ludgero Arêas Crespo, admitido em 1942 e aposentado em 1969, encerrou a presença de 70 anos dos Arêas naquele farol.

Montagem e Inauguração

Primeiro desse tipo no Brasil, o farol foi inaugurado em 29 de julho de 1882, atendendo à diversas solicitações que alertavam sobre os perigos de um grande banco de areia nas proximidades. Além dele, Salinópolis e Belmonte são os únicos desse tipo ainda em operação dos 18 que já tivemos.

Fabricada por Barbier e Fenéstre,  a torre de 45 metros e o aparelho ótico original de 1ª ordem tiveram a montagem iniciada pelo engenheiro inglês William Cunningham e terminada pelo mecânico francês Victor Alinquant. Na base do tubulão que abriga a escada de acesso ao topo, ficava a casa dos faroleiros, também em chapas de ferro.
A torre voltou á sua cor original, vermelha, depois de já ter sido pintada de roxo-terra e com listas brancas.

A data de inauguração, 29 de julho 1882, às 15:30 horas, foi escolhida especialmente para coincidir com o aniversário de 36 anos da Princesa Isabel. O monumento com 45 metros de altura e 216 degraus, foi projetado, de acordo com WIKIPÉDIA e alguns sites franceses, pelo engenheiro francês Gustave Eiffel  o mesmo que idealizou a Torre Eiffel, em Paris, e a Estátua da Liberdade, em Nova York.

Foi ele, o "Gigante Vermelho", que observou o surgimento de uma comunidade ao seu redor, e que serve como ponto de referência para os navegantes.

Funcionamento 

A guarnição do Farol de São Thomé é a responsável pelo serviço diário de acender e apagar,  como também fazer observações meteorológicas e enviar ao Centro de Hidrografia da Marinha, em Niterói.

Quando passou a ser feita a sinalização com utilização da energia elétrica, seus reflexos atingiam Santo Amaro. A lanterna era cercada de vidraça de cristal e equipada com lente de cristal na espessura de 3 centímetros, com lâmpada de 1000 watts, e emitia 8 faixas de luz que giravam em forma de leque e alcançavam 25 milhas (mais ou menos 41 km).

No ano de 1967, houve um incêndio na lanterna, o farol foi então substituído por outro de categoria inferior e seu alcance ficou reduzido a 19 milhas (mais ou menos 31 km). Na época de sua inauguração, funcionava a querosene, atualmente funciona com energia comercial, mas possui 2 geradores e ainda funciona a querosene como originalmente, se preciso. Ele acende de acordo com horário do pôr do sol e faz a volta completa em 68 segundos.  
A importância do Farol se dá pela segurança que presta aos navegantes, amadores e profissionais, por sinalizar a existência de elevações rochosas e extensas que ficam cobertas pela superfície d'água, como corais e bancos de areia e que só podem ser observados bem de perto.

O farol, que dá nome a localidade, é de origem francesa e funciona no centro de um terreno em área militar. Nesse sábado, 29, ele completa 135 anos, iluminando gerações.
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22 02,52S / 41 03,17W  (Farol de São Thomé, distrito de Campos dos Goytacazes, RJ) - LpL (2) B.67,5seg.49m.40M

Racon O (---) bandas S e X / Radiofarol SK (... -.-) 300 Khz / Estação DGPS
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(Fonte: DANTAS, Ney – LUZES DO NOVO MUNDO – Histórias dos Faróis Brasileiros; 1ª Edição – Rio de Janeiro, RJ 2002; Editora Luminatti.) / (Faróis Brasileiros)
Redação Portal do Farol / Edição e Fotos: Fabiana Henriques

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