Pargo: o peixe que saiu do prato

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Na década de 70, a região de Farol de São Thomé exportava toneladas da espécie.

Com uma carne branca e suculenta, o Pargo ficou famoso na década de 80 quando a cantora Madonna esteve no Brasil, provou o peixe, se encantou pelo sabor e mandou embalar vários quilos do pescado para levar para os Estados Unidos. Mas não foi apenas através da artista que o peixe saiu do país.

Na década de 70, a região de Farol de São Thomé exportava toneladas da espécie. A produção era intensa mas acabou prejudicada com a extração de petróleo feita pela Petrobras em águas profundas. O peixe, na sua fase adulta, habita entre os 50 e os 150 metros de profundidade, mas podem ser encontrados em até 250 metros. Apesar do sucesso do passado, hoje, não há nenhum estudo na região destinado ao Pargo. Nem mesmo a Universidade Estadual do Norte Fluminense, a Uenf, desenvolve qualquer trabalho nesse sentido.

Há cerca de dois anos a Petrobras instalou os primeiros recifes artificiais no litoral fluminense entre Cabo Frio e São Francisco de Itabapoana, no projeto chamado de Gerenciamento Costeiro para a Implantação de Recifes Artificiais e Atratores de Pesca que tem como objetivo ao aumento, a preservação e a fixação da fauna marinha na região. Em uma área de aproximadamente 6.420 metros quadrados, à seis milhas da Costa e a uma profundidade de 28 metros, 14 estruturas metálicas foram instaladas, sendo três de nove metros, seis de 6 metros e quatro de 25 metros, além de uma torre central de sete metros.

Os primeiros recifes foram instalados entre Cabo Frio e Rio das Ostras. Os locais foram escolhidos após pesquisa de levantamento de solo submarino, com levantamento biológico e geológico da área, incluindo barimetria de precisão, varredura com sonar e testes de resistência do solo.

O projeto prevê uma série de palestras destinadas aos pescadores dos municípios  onde serão instalados os recifes artificiais em alto-mar, orientando-os quanto à localização destes recifes e as técnicas de conservação dos pescados. A instalação resulta em novas áreas pesqueiras, com território delimitado e com regras a serem respeitadas pelos pescadores.

JTV