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domingo, 24 de janeiro de 2016

Lá se vão 25 anos da chegada do primeiro trio elétrico à Praia do Farol

Foto: Divulgação
No final dos anos 1980, o cantor Moraes Moreira, contemplando a orla do Farol de São Thomé, viu no lugar um cenário perfeito para a passagem de um trio elétrico e fez a sugestão à prefeitura de Campos. O baiano foi profético, já que o chamado "caminhão da alegria" até hoje continua arrastando multidões na Avenida Atlântica.


O empresário Roberto Costa da Bahia na festa de São Salvador em Campos, trouxe o trio elétrico e banda Kanguru (ex Tiete Vip) para um show, e a partir dai, fechou contrato para realizar a programação de verão no Farol, inicialmente com o Kanguru no Reveillon e depois substituindo o mesmo, o trio elétrico Axé e Cia, com a banda Frutos Tropicais, trazendo sucessos como 'chupa toda' e 'Xibiu', na epóca com o cantor Nelson Principe Negro, e posteriormente, o cantor André Musa.

"Em 1991, no finalzinho do verão, Garotinho (na época, o prefeito) pediu que providenciassem a vinda de um trio. Na época isso era feito pela Secretaria de Comunicação e Turismo. Foi uma apresentação só. Então, em 1993, o trio veio para o carnaval e passou a ser regular", relembra o jornalista  Jorge Luiz dos Santos, hoje da Superintendência da Igualdade Racial.

Ele lembra também que o primeiro trio a comandar a multidão na orla do Farol chamava-se Novo Tempo, com a banda de mesmo nome. O músico Angeli Guerra estava lá. "As ruas do Farol ainda nem eram pavimentadas como são hoje. Viemos da Bahia com trio e banda. Depois foram quatro dias de carnaval e de muita festa. Era muito bacana. Naquela época a animação já era muito grande", conta o líder da extinta Novo Tempo, que veio para Campos por intermédio do então produtor de eventos, João Oliveira.

Angeli, que experimentou as emoções de estar em cima do trio nos primórdios, fazendo história na praia, até hoje pode contemplar a orla lotada, agora na banda Sabor de Beijo. Está sempre no trio onde já passaram grandes estrelas da música baiana, em incontáveis e movimentados carnavais de rua. Em Campos há 15 anos, o baiano tem orgulho de fazer parte de uma história que teve até trilha sonora. "Na época, fiz uma música chamada De cara pro Sol, que acabou virando uma espécie de jingle da praia. Em todo lugar que a gente ia, estava tocando", diz.

Quem não se lembra do "Alô Juventude!" de Nelson Príncipe Negro enquanto o trio avançava pela praia? Certamente uma época inesquecível também para o baiano, que se orgulha de ser um personagem marcante dessa história. "Tocamos o réveillon de 92 para 93. O Farol sempre teve uma magia muito grande, uma emoção que a gente não explica. Isso existe até hoje", comenta o músico que voltará ao trio no dia do seu aniversário, 09/02.

O encontro de gerações é o que mais emociona o cantor. "É maravilhoso a gente ver pessoas que iam ao trio naquela época, hoje com seus filhos, curtindo. Nossa! Isso é muito legal", diz Nelson.

Quanto ao famoso  bordão... "Acho que vai morrer comigo. Aliás, acho que o 'Alô Juventude' não vai morrer. Vai se perpertuar através do meu filho", prevê.

Também não dá para falar em trio no Farol sem mencionar a banda A Massa. O também baiano Gil Paixão, então vocalista da banda, deixou seu nome registrado nessa história. "Foi um período bem interessante. Quando chegamos com o trio, não sabíamos a repercussão que isso teria por aqui. Lá na Bahia era algo corriqueiro, a gente já sabia dos efeitos sobre as pessoas,  mas a reação das pessoas daqui foi melhor do que a gente imaginava. A aceitação foi aos poucos, claro, e a praia acabou se tornando referência", observa Gil, que não esconde a emoção de  comandar um imenso cordão humano a perder de vista. "O trio elétrico é um palco ambulante. Tocar num palco fixo é algo mais monótono,  exige muito mais do músico na hora de prender a atenção do público. No trio não, o cenário vai mudando, as músicas vão mudando, as pessoas vão contemplando visuais diferentes, envolvidas pelas músicas. Sem falar nessa magia que o trio proporciona", compara o músico, que, em 1995 começou um trabalho solo. 

Encontro - Essa magia com uma boa dose de nostalgia deverá novamente ganhar a avenida cercada de casuarinas. Um show está sendo organizado pela prefeitura para marcar esses 25 anos de trio e deve acontecer logo após o carnaval.  É claro que essas feras estarão lá. "É muito bom esse resgate, lembrar de como tudo começou. Fico feliz por ter sido parte desse começo", comenta Angeli.  

Nelson também é presença confirmada: "Fico muito feliz porque é também uma forma de integrar os músicos de axé. Quem sabe desse projeto surja algo que possamos fazer juntos?", comenta. É claro que Gil não ficará de fora dessa: "Ter esse reconhecimento depois de tantos anos é uma satisfação muito grande. Não tenho como deixar de falar do meu orgulho em ter sido tão bem recebido aqui e, sem dúvida, ter ajudado a fazer história no Farol", diz o músico, que, assim como o público amante dos trios, sabe que num evento assim, não  vai mesmo quem já passou desta para uma melhor.
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Trio Elétrico e Banda KANGURU - 1990





Matéria: Patrícia Bueno / O Diário RJ / Redação

2 comentários:

  1. Toda a história do trio elétrico no farol, começou inicialmente na festa de São salvador em Campos, em que eu levei o trio elétrico e banda Kanguru (ex Tiete Vip) e a partir dai, fechamos contrato para realizar a programação de verão no farol, inicialmente com o Kanguru no Reveillon e depois substituindo o mesmo, o trio elétrico Axé e Cia, com a banda Frutos Tropicais (a das músicas chupa toda e Xibiu) na epóca com o cantor Nelson Principe Negro, e posteriormente o cantor André Musa. Roberto Costa empresário, Bahia.

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  2. Nossa me arrepiei. Eu estava lá. Enchendo a perna de poeira. O trio ia e voltava. Somente esta ano não fui. Tive um bbzinho. Mas minha irmã gravou e mandou para mim. Começo todas as bandas. Eu ensaiava para dançar atrás do trio. Era tão calmo. No ano seguinte as pessoas levavam mais gente. Ai foi enchendo. As roupas dos ladrões de Bagdá eram lindas.

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