Cavalhada: espetáculo volta a ser realizado na Festa de Santo Amaro

 Com o avanço na vacinação a Cavalhada voltou a ser realizada no dia 15 de janeiro na Festa de Santo Amaro 

Na Festa de Santo Amaro, que aconteceu no sábado 15, dia do padroeiro da Baixada Campista, a Cavalhada voltou a se realizada na arena da praça. Cavaleiros usando máscaras e na preparação, o monge beneditino, Dom Bernardo Queiroz acolheu os participantes para o espetáculo com preces e orações pelo fim da pandemia e recordou que a tradição na festa foi um legado dos religiosos, recordando os primórdios da presença monástica. Ao chegar ao local, uma parada para homenagens a Maria da Conceição Ramos, 93 anos, que por décadas ajudou a manter o legado cultural e religioso.

“Homenagem à Maria da Conceição Ramos, minha avó. São 70 anos de participação ativa junto à Cavalhada. Hoje, aos 93 anos, ela ainda colhe os frutos de toda dedicação, recebendo carinho de todos cavaleiros, amigos e familiares”, revela Gisele Ramos.

Este ano, segundo os organizadores, o espetáculo teve de respeitar as medidas sanitárias para conter o avanço do Covid-19 e as novas variantes. Todo cuidado foi observado durante o espetáculo. Na comunidade o sentimento era de alegria e ao mesmo tempo de homenagens as vítimas do vírus que perderam suas vidas no ano passado. Um dos organizadores, Fernando Teles recordava o irmão Jorge da Silva Teles e pessoas ligadas a igreja, os irmãos Caetano e Bonifácio Branco Pereira. 

Cultura e Fé se abraçam num espetáculo equestre

A presença do religioso recorda a chegada dos monges em 1648, que até início do século XIX, o cavalo era o meio de transporte usado para se deslocar do mosteiro, na localidade de Mussurepe, até as igrejas que foram construídas. 

“Foi um momento para agradecer a Santo Amaro, por este ano a Cavalhada voltar a acontecer. E Santo Amaro foi lembrado por ser uma devoção da Ordem Beneditina e ser um santo invocado nas horas mais difíceis. E os monges quando chegaram a Campos usavam o cavalo para chegar as comunidades onde construíram as igrejas, implantando a fé católica e evangelizando os povos nativos. E com muita alegria pude ver de perto essa tradição cultural e religiosa".

“Esta cavalhada de Santo Amaro é muito mais do que uma manifestação cultural que representa o povo da Baixada Campista, a memória coletiva, a cultura que se expressa. É um legado passado de pai para filho, que se manifesta no dia a dia dos cavalheiros, das artesãs, das famílias envolvidas.  A cavalhada é uma tradição viva e sempre atraente. Expressa por um lado a arte e a representação lúdica e simbólica de um passado heroico, inspirado na defesa da Fé e da liberdade religiosa dos cristãos", disse Dom Bernardo Queiroz – monge Beneditino.

Fonte: Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Vatican News |  Fotos e Vídeos: Maykon Carvalho