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domingo, 1 de abril de 2018

Campistas criticam fechamento dos supermercados aos domingos

(Foto: Silvana Rust)
Em maio, o acordo feito, em caráter experimental, entre sindicatos para manter os supermercados de Campos fechados aos domingos pode se tornar definitivo.


Mas isso não é tudo: o Sindicato dos Empregados no Comércio estuda propor que estes mesmos supermercados fechem uma hora mais cedo durante a semana. Isso porque, atualmente, os ônibus da cidade param de circular às 22h, mesmo horário de fechamento dos estabelecimentos comerciais, o que tem dificultado a volta para casa dos funcionários.

Para a maioria dos consumidores, manter os supermercados fechados no primeiro dia de cada semana significa retrocesso, visto que Campos, desta forma, segue com ares de cidade do interior, apesar de seus quase meio milhão de habitantes.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campos, Ronaldo Nascimento, os comerciários têm encontrado dificuldade em voltar para casa, visto que, segundo ele, não há ônibus para atendê-los neste horário. “Os supermercados fechavam às 23h e, devido a esse mesmo problema, passaram a fechar às 22h. Mas agora os ônibus estão parando ainda mais cedo”, justificou.

Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Campos (Sindivarejo), Roberto Viana, disse que as partes ainda não conversaram sobre a possibilidade de fechar uma hora mais cedo durante a semana.

A equipe de reportagem não conseguiu contato com o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Campos dos Goytacazes (Setranspas), Gilson Menezes, para falar sobre a não circulação do transporte público após as 22h. Sobre o mesmo assunto, o presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Felipe Quintanilha, informou que a equipe vem trabalhando, arduamente, para melhorar a qualidade do transporte coletivo oferecido no município, principalmente, em relação ao respeito aos horários. “Várias mudanças estão ocorrendo e outras irão ocorrer nos próximos 60 dias, dentre elas está a questão da extensão dos horários para esse tipo de atendimento”, afirmou.

Fechado aos domingos Para os empresários, trata-se de economia; para os funcionários, folga aos domingos; mas, e para o consumidor, qual a vantagem de manter os supermercados fechados aos domingos? No dia 17 de janeiro, o Sindivarejo e o Sindicato dos Comerciários assinaram um acordo que proíbe o funcionamento dos supermercados no primeiro dia da semana, em Campos. A medida, que incluiu cerca de 100 estabelecimentos de médio e grande portes, entrou em vigor por um período “experimental”, que começou em 4 fevereiro e segue até 31 de maio. Mas uma assembleia prevista para acontecer no mês que vem pode revogar ou efetivar o pacto.

E, com a palavra, o consumidor, que não viu vantagem alguma: “Isso significa um retrocesso enorme para a cidade, que já teve até supermercado aberto 24 horas por dia. Muitas pessoas trabalham a semana inteira e têm somente o domingo para fazer compras. É exatamente o que acontece nas grandes cidades. Eu, por exemplo, trabalho de 8h às 20h, de segunda a sábado e tinha justamente o domingo para ir ao supermercado, quando costumava fazer a compra da semana. Mas agora tudo ficou mais difícil”, reclamou a empresária do ramo do vestuário, Sarah Motta.

Quem também não gostou nada da mudança foi o advogado Alexandro Peixoto. Tampouco sobre a possibilidade de fechar os estabelecimentos uma hora antes de segunda a sábado. “Pra minha esposa é mais fácil ir aos domingos ao supermercado. Por isso, virou hábito aqui em casa. Mas fomos tomados de surpresa com o anúncio deste acordo entre os sindicatos. E se os supermercados fecharem mais cedo, vai complicar ainda mais a situação dos consumidores. São medidas que depõem contra o progresso da cidade”, criticou Alexandro.

Marcone Leonel trabalha há seis anos em um supermercado e aprovou a mudança. “É muito bom poder passar o domingo com a família. Eu aprovei esse acordo”, comentou.

Medida pode ser efetivada — De acordo com o presidente do Sindivarejo, Roberto Viana, ainda não é possível avaliar se o acordo realmente significou economia para o setor. No início, a previsão era de que os empresários economizassem até 8% com encargos sociais e outros custos para manter os estabelecimentos abertos.

Ainda segundo Roberto, o Sindivarejo deve iniciar em abril uma pesquisa com os donos de supermercados, com o objetivo de avaliar o acordo. Este levantamento servirá de base para uma assembleia, que ocorrerá no início de maio, na qual a determinação de fechar os voltará a ser discutida.

“É prematuro avaliar o assunto agora. Ainda não temos dados para isso, não dá para afirmar se houve redução de gastos ou não. Por isso vamos iniciar uma pesquisa. De posse desses números, voltaremos a discutir o acordo em assembleia, quando manter os supermercados fechados aos domingos poderá passar de uma situação experimental a definitiva”, pontuou o presidente do Sindivarejo.

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campos, Ronaldo Nascimento, o acordo foi um sucesso, de modo que os supermercados não devem voltar a abrir aos domingos. “Ninguém mais quer abrir”, comentou.

JTV

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