Fotos: divulgação |
Com o objetivo de preservar as espécies, o projeto Tamar, em parceria com a secretaria de Meio Ambiente de Campos, está realizando soltura de tartarugas todos os dias, em frente aos cercados de incubação localizados na praia do Farol de São Thomé.
O Projeto Tamar atua em municípios do Norte Fluminense desde 1992.
De acordo com a bióloga Daniella Torres, a base da Bacia de Campos monitora aproximadamente 98 quilômetros de praias, em Campos, São João da Barra e São Francisco.
— A base desenvolve atividades de sensibilização e educação ambiental para turistas e comunidades do entorno, como a soltura de filhotes, palestras, exibição de filmes, limpeza de praias com a finalidade de sensibilizar as pessoas e ajudar na conservação das tartarugas marinhas — explicou.
A região foi identificada na década de 80. “É uma importante área de desova das tartarugas cabeçudas (Caretta caretta) e, desde então, é listada como área prioritária para ações de conservação das espécies”, acrescentou Daniella.
Os participantes do projeto são biólogos, agentes locais e antigos pescadores. “A população local e veranistas podem nos ajudar, não tirando ou mudando as estacas de marcação das praias, não transitando com veículos e quadriciclos na orla dos nossos municípios, pois eles podem compactar os ninhos, atropelar os filhotes e espantar as tartarugas durante a desova. Além disso, não jogar lixo nas praias, pois os animais podem confundir o lixo com alimentação e morrerem por isso”, destacou.
Para o secretário de Meio Ambiente, Zacarias Albuquerque, a soltura “é um grande atrativo para as crianças. É bom que, desde cedo, elas saibam o quanto é importante preservar o meio ambiente", disse.
O secretário contou ainda que a população deve contribuir para o bem da natureza. “Queremos que moradores e veranistas do Farol se conscientizem quanto à preservação do meio ambiente. Precisamos preservá-lo, para que todos tenham qualidade de vida e conheçam estas espécies no Farol. É preciso que o meio ambiente faça parte do dia a dia das pessoas, para que não soframos as consequências futuramente. Esta é uma maneira de difundir o projeto e educar as pessoas, principalmente as crianças”, observou Zacarias, lembrando que o ecossistema deve ser protegido para que o bioma não fique comprometido.
Projeto de reconhecimento internacional
Reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha do mundo, o projeto Tamar trabalha na pesquisa e conservação das cinco espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil: cabeçuda, de pente, verde, oliva e de couro. Todas ameaçadas em extinção.
O Tamar protege aproximadamente1.100 quilômetrosde praias com 19 bases de pesquisa e conservação em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilha oceânica dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco (Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
O projeto conta ainda com o Sistema de Informação sobre Tartarugas Marinhas (Sitamar), onde um banco une dados de todas as bases do Tamar sobre aespécie no Brasil, servindo para estudos. O Sitamar aprimorou e modernizou o processo de armazenamento, consulta e disponibilização das informações, possibilitando análise comparativa e interpretação mais eficientes, inclusive com a emissão de relatórios e mapas.
O projeto Tamar existe há 34 anos. É uma parceria entre o Centro Tamar/Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Pró-Tamar (instituição privada sem fins lucrativos fundada em 1988 e considerada de Utilidade Pública Federal desde 1996).
Folha da Manhã
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