Não se sabe por que esta localidade é conhecida por esse nome, já que é denominada na verdade por Jardim Novo Farol II, mas, sabe-se que foram feitas em 1920 as primeiras perfurações à procura de petróleo nessa região.
Em 1922, o coronel Olavo Saldanha, que foi o último proprietário da fazenda Boa Vista mandou abrir valas para drenagem na fazenda e sentiu um forte cheiro de querosene na lama retirada.
Levou uma amostra para ser examinada no Rio de Janeiro e o governo, então, mandou que sondassem a região de Campos para averiguar a existência de Petróleo.
Quando concluíam que realmente havia petróleo ali, depois de uma explosão subterrânea, suspenderam as operações e voltaram à capital.
Meses depois voltaram na fazenda e fecharam o poço, situado no Xexé, com cimento e chumbo e não se falou mais no assunto. Os limites da propriedade iam do lado direito da Barra do Açu, até a Barra do Furado. Podemos dizer então, que todo o litoral campista pertencia à Fazenda Boa Vista.
Restinga do Xexé
A restinga do Xexé é uma área prioritária de proteção pelo PROBIO/MMA (Programa de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente) e representa o último remanescente de Mata de Restinga no litoral do município de Campos dos Goytacazes. Segundo IGESA (Kristosch, com. pess.) esse ecossistema é um dos mais ameaçados do Brasil, ocupa uma região de intensa especulação imobiliária, isto é, a região imediatamente costeira, sendo foco de uma série de ações conflitantes no que diz respeito ao seu uso.
Uma das principais importâncias ecológicas desse ecossistema é o de servir de refúgio para espécies ameaçadas de extinção, como por exemplo, o sabiá da praia (Mimus gilvus) e a preguiça de coleira (Bradypus torquatus). Além disso, a Restinga do Xexé é área de desova da tartaruga marinha cabeçuda (Caretta caretta).
A região possui ainda uma importância sócio-ambiental e econômica, uma vez que se encontra ali uma grande quantidade de indivíduos da espécie Schinus terebinthifolius (aroeira), espécie essa cujos frutos possuem valores altos no mercado externo e podem ser uma alternativa de desenvolvimento sustentável para a população local se for bem orientada seu extrativismo.
Os frutos da aroeira ocorrem na época em que o camarão entra no defeso, sendo uma alternativa para o sustento das famílias de pescadores. Atualmente esse extrativismo vem ocorrendo de maneira ilegal e desordenada gerando impacto para a fauna e flora local e colocando em risco o próprio recurso para as famílias no futuro.
Também é notório o desenvolvimento da região nos últimos anos, após a implantação do Complexo Industrial Porto do Açu localizado a menos de 25 km da restinga do Xexé.