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sábado, 7 de julho de 2012

Capitania dos Portos de Macaé planeja formar 60 novos marítimos e apura falsificação de documentação

A Capitania dos Portos de Macaé planeja formar 60 profissionais marítimos em 2012, entre aquaviários, tripulantes não aquaviários e profissionais não tripulantes. O número, ainda assim, ficará um pouco abaixo da média dos últimos anos, que tem flutuado entre 60 e 70 profissionais formados, conta o delegado da capitania local, Róbson Galhardo.
 
“Este ano, até o momento, só há uma turma prevista, com 30 alunos. Mas o objetivo é formar 60, o que, no entanto, ainda é pouco”, ressalva o Capitão de Fragata da Marinha, destacando que, a partir do ano que vem, os cursos serão ampliados de três a quatro meses, e terão estágio obrigatório embarcado, com duração de dois meses.

Segundo o oficial, uma das dificuldades enfrentadas pelos alunos é o fato de que os cursos são integrais, o que torna inviável que os formandos mantenham seus empregos. “Por isso, é muito importante que as empresas da indústria offshore ofereçam alguma forma de apoio”, assinala.

Para Galhardo, embora, de fato, seja preciso formar mais profissionais marítimos para atender à demanda da indústria, há mais mão-de-obra disponível do que têm alegado as empresas. “A questão é que muitos dos profissionais formados não estão aguentando o ritmo de trabalho dessa indústria”, ressalta o oficial. “Talvez as empresas tenham de mudar sua estratégia de contratação. Eu mesmo tenho três oficiais trabalhando na capitania que poderiam estar ganhando salário três vezes maior, mas não querem voltar para a indústria do petróleo”.

Falsificação

De acordo com Galhardo, a Capitania dos Portos de Macaé apura, no momento, três casos de documentos de suspeita de falsificação de de Caderneta Inscrição e Registro (CIR) e certificados. Segundo o oficial, esses casos vêm ocorrendo com frequência cada vez maior, em função da alta demanda por profissionais marítimos. “É preciso que setores de RH das empresas fiquem atentos a isso, pois, após a contratação, só vemos isso a bordo”, adverte Galhardo.

Para Maronildo Filho, da Abespetro, para além do grande crescimento no número de sondas no país – só entre 2001 e 2019, as unidades terão passado de 91 para 144 –, a falta de profissionais também esbarra em questões trabalhistas, que, segundo ele, ainda são, em parte, incoerentes com a atividade offshore.

Entre os exemplos estariam a obrigatoriedade de férias de 30 dias, que não condiz com o regime de 14 dias embarcado e 14 de folga, além da impossibilidade de o profissional brasileiro ficar mais de 15 dias na embarcação. “Assim, fica difícil nacionalizar determinadas posições”, afirma Maronildo, referindo-se ao fato de que estrangeiros podem ficar o dobro do tempo embarcado. Outra questão, segundo ele, é a demora na emissão de vistos para expatriados, processo que pode levar até seis meses para ser concluído.

O dirigente ainda enumera outros complicadores que vêm contribuindo para o gargalo em RH na área de profissionais marítimos no Brasil:

- Pessoal de perfuração: dificuldade em proficiência em inglês;
- Pessoal de manutenção: dificuldade de atração de pessoal com nível de supervisão.
- Técnicos subsea: não disponíveis;

- Chefes de eletrônica e mecânica já contratados: ainda sem experiência para assumir posições de comando;
- Pessoal de marinha: mão de obra em formação nas escolas navais (*de Marinha Mercante e Capitanias – GRIFO NOSSO – PM);

- Oficiais de máquina e náutica: pouca experiência para cargos de supervisão;
- Assédio agressivo de outros setores.




Com as informações – Energia Hoje / Portal Marítimo