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domingo, 5 de julho de 2020

Recuperados da Covid-19 relatam dor e fadiga física profunda

Imagem: iStock
Brasileiros começam a descobrir que o coronavírus é capaz de transformar tarefas corriqueiras, como subir uma escada, em obstáculos intransponíveis, e tornar caminhadas uma maratona. São “recuperados” da pandemia, mas manifestam uma condição que alguns médicos chamam de síndrome pós-Covid-19. Uma epidemia silenciosa de consequências, paralela à do próprio vírus e já relatada em outros países. 

Ela pode acometer não só aqueles se contraíram Covid-19 grave, mas quem teve quadros leves e moderados. Agora, parte dessas pessoas sente sintomas como fadiga física e mental profunda, dores, dificuldades para respirar, fraqueza muscular, dormência, dificuldade de concentração, alterações na pele, inchaços e dores. São sintomas inexplicáveis e, às vezes, incapacitantes.

Esses distúrbios os exames podem não mostrar, mas não são “coisa da cabeça de hipocondríacos”, explica o neurologista Gabriel de Freitas, pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Integrante de um grupo de pesquisa liderado pelo IDOR para investigar sequelas neurológicas da Covid-19 grave, ele tem visto chegar também pacientes com um quadro semelhante ao da chamada síndrome da fadiga crônica. Esta é uma condição difusa e ainda mal compreendida, que se sabe ser associada a distúrbios no sistema nervoso central. E ela pode acometer, por exemplo, pessoas que sofreram infecções virais, como Epstein-Barr, e também a da Sars, em 2003.

Tenho visto pacientes pós-Covid com fadiga crônica e dores neuropáticas. Não sabemos por que acontece, quais pacientes são mais vulneráveis e qual o percentual de pessoas que tiveram Covid-19 é mais suscetível. Mas ele existe e pode se tornar um problema para muita gente — explica Freitas.

Chamou a atenção dele a procura por atendimento de mulheres jovens, de até 50 anos, que tiveram casos moderados e leves de Covid-19 e agora sofrem com os sintomas de fadiga crônica. Muitas se desesperam porque os sintomas não são mensuráveis por exames de sangue e imagem.

Não são pacientes com histórico de depressão, tampouco hipocondríacas. É um problema real com alto impacto na qualidade de vida — frisa ele, cujo grupo no IDOR planeja incluir a fadiga após três meses de doença.

Para alento dos que apresentam as consequências da Covid-19, Freitas diz que elas desaparecem em médio prazo e que há tratamentos que podem aliviá-las, como certos antivirais, antidepressivos e estimulantes. Exames de ressonância magnética funcional poderiam detectar algumas das alterações na forma como o cérebro controla o organismo associadas aos sintomas da fadiga.







Fonte: Extra

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