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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

“Novembro Azul” lembra importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Divulgação
Organizada pela Sociedade Brasileira de Urologia, mais uma edição da campanha Novembro Azul está lançada, tendo como foco o câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens.

A doença é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas.

Somente entre 2016 e 2017, 61,2 mil novos casos foram estimados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Com o intuito de estimular a população masculina a superar a vergonha em relação ao assunto e cuidar da saúde, a campanha realiza diversas ações ao longo do mês. Em São Paulo, a programação, que começa na segunda-feira (5) e vai até dia 23, inclui mutirões para esclarecer dúvidas, uma caminhada e palestras.

Por ocasião da campanha, como em anos anteriores, o Congresso Nacional e o Cristo Redentor serão iluminados de azul. Os aspectos culturais, como o machismo, têm impacto no diagnóstico e controle da doença, muitas vezes associada com a perda da virilidade. Como consequência, há o isolamento e a baixa autoestima do paciente que, não raro, tem dificuldade para buscar ajuda médica e durante o tratamento precisa se afastar das atividades laborais.

Dados do Inca revelam que, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. Considerado novo para desenvolver a doença, Lino foi diagnosticado com o câncer de próstata aos 48 anos, em 2014. Foi por insistência de sua esposa que fez o exame chamado Antígeno Prostático Específico (PSD), que acusava um alto grau de anormalidade dos níveis esperados da proteína produzida pela próstata. 

Para o urologista Mário Fernandes Chammas Jr, a cultura machista da América Latina é um fator que atrapalha a detecção e, portanto, o tratamento da doença. Ele assegura que o exame de toque retal é simples e rápido, com duração de 5 a 10 segundos, e defende as consultas regulares ao médico. “Muitas vezes, o paciente acaba falando: ‘Era só isso?’. E perde o medo inicial”.

Monumentos são iluminados em apoio à campanha Novembro Azul para chamar a atenção dos homens sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Outro aspecto relevante, além do tabu em relação ao exame, é o fato de que a maioria de casos é assintomática. “É diferente de outros tipos de câncer, em que aparece algo no seu corpo, algo que provoca medo e te faz ir ao médico. Em larga maioria, só há sintoma quando já está muito avançado. Cabe ao médico procurar antes que chegue a esse ponto”, afirma. 

O médico esclarece que não é o câncer que leva a uma possível impotência sexual, mas sim o tratamento. “Nos tratamentos mais comuns no Brasil, a radioterapia e a cirurgia, quando você ataca a próstata, machuca os tecidos em volta dela, incluindo o nervo responsável pela ereção”. Ele acrescenta que boa parte dos pacientes recupera a função, havendo a opção de aplicar medicamentos diretamente no pênis e, em último caso, utilizar uma prótese peniana.

Em todos os casos, o urologista é o profissional médico qualificado para prescrever o método mais indicado. O médico explica também que o tipo mais comum de câncer de próstata é o adenocarcinoma. Na fase inicial da doença, são comumente identificados sangue na urina, dificuldade em urinar, diminuição do jato de urina e aumento da frequência ao banheiro. Para investigar o câncer de próstata são feitos dois exames: o de toque retal, que avalia o tamanho, a forma e a textura da próstata, e o Antígeno Prostático Específico (PSD). Para confirmar uma suspeita sinalizada pelos dois testes, é feita uma biópsia, que consiste em analisar pequenos pedaços da glândula.

A função da próstata é a produção de um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozóides. Homens cujo pai ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos têm maior chance de também desenvolvê-lo. Outros fatores de risco são sobrepeso e tabagismo. Praticar atividades físicas e manter uma alimentação saudável são formas de prevenir a doença. 

Quando se manifesta da forma menos agressiva dos três níveis existentes, o paciente deve frequentar o médico a cada três meses e seguir uma rotina de exames laboratoriais, protocolo estabelecido por especialistas há cerca de dez anos. Os pacientes com câncer têm direito a receber auxílio-doença – se for afastado do trabalho por mais de 15 dias – e o saque do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep).

Quem é atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pode solicitar ainda o benefício chamado Tratamento Fora de Domicílio (TFD), valor que cobre despesas como transporte aéreo, terrestre e fluvial, diárias para alimentação e pernoite. No caso do TFD, a liberação depende da disponibilidade orçamentária do município ou estado. Alguns estados, como o Rio de Janeiro, asseguram ainda a gratuidade de ônibus intermunicipais, trem, metrô e barca. A lista dos completa dos direitos do paciente está disponível no site do Inca.

FONTE: Agência Brasil

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