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quinta-feira, 22 de junho de 2017

Santo Amaro luta para restaurar Estação

Foto: Divulgação / Arquivo
Moradores do Distrito de Santo Amaro contabilizam mais de 20 anos de lutas pela restauração do prédio da Estação Ferroviária, que está em ruínas. A luta une gerações, que aguardam do poder público uma iniciativa quanto a utilização do espaço. 


A luta continua. Mas mesmo passados 20 anos, moradores do distrito de Santo Amaro, em Campos, sonham com a restauração do prédio da antiga estação ferroviária. Um local que representa muito para a história da comunidade. 

Adauto Bento Neves Pereira não chegou a ver os trens circulando, mas o pai Adauto Neves chegou a usar o transporte. Para ele recuperar o prédio em ruínas representa resgatar um pouco da história. Através dos trilhos chegou o desenvolvimento da localidade. Segundo relatos antes do serviço de distribuição de águas a água chegava pela ferrovia. "Para nós a estação tem um papel muito importante na nossa comunidade, e lamentamos ver esse prédio em ruínas, e a cada ano vemos o prédio em ruínas e com o risco de qualquer dia ruir totalmente. Soubemos que foi arrematado em leilão, mas o proprietário nunca veio ver o imóvel. Já tentamos junto a Prefeitura de Campos a desapropriação. Acreditamos que o comprador nunca tenha pago impostos, e isso facilitaria a desapropriação", disse Adauto Bento.

Muitas histórias e estórias da baixada tem na estação o cenário. Na recordação de Maria da Conceição Ramos o tempo que o trem era o único meio de transporte. Todos os dias os moradores se deslocavam para o centro e a estação era movimentada. Tempos que foram marcantes para o distrito. Com 88 anos de idade, ainda recorda os domingos que os devotos de Santo Amaro chegavam para a missa celebrada às 9h.  "Era uma alegria. O trem chegava antes um pouco da missa. Era uma multidão que chegava para participar da missa na nossa igreja. Era tanta alegria que a estação ficava lotada, íamos esperar os visitantes. A estação marcou um tempo na nossa vida. E a nossa água chegava num vagão chamado tender, era uma festa, na chegada uma fila se formava para apanhar a água que era usada nas nossas casas", recorda Dona Conceição.

Recordar um tempo que o distrito chegou a ter dois cinemas e hoje ver a atual situação. Na praça casas fechadas e a recordação de pessoas que marcaram sua presença na história para os jovens pode até parecer natural, mas para os mais antigos representa uma tristeza e agora à hora é de reconstruir. Projetos que começam a se desenvolvidos pela Associação de Moradores e amigos de Santo Amaro.

O distrito atualmente vive em função da Igreja de Santo Amaro, se preparando para ser oficialmente Santuário. Um projeto que tem como objetivo a criação de um programa para o desenvolvimento do turismo religioso. O Caminho de Santo Amaro tem como proposta o incentivo de visitas a igreja e com isso desenvolver a economia. Com o Projeto Memorial da Baixada Campista a hora é de resgatar histórias, memórias e reconstruir o legado deixado pelos séculos. "Foram tantas perdas. Na praça casas fechadas, alguns pontos de comercio já não existem e recordar de pessoas que marcaram a história do distrito. Dona Benta, uma mulher forte que conseguiu comandar o tradicional bar até seus últimos dias. Agora é o tempo de resgatar todo legado e reconstruir a história", aponta Ricardo Gomes.

O Diário RJ

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