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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Domingo de carnaval terá eclipse do Sol

Foto Divulgação
Neste domingo, moradores do Sul, Sudeste e boa parte das regiões Centro-Oeste e Nordeste do Brasil poderão ver um fenômeno celeste incomum. Ao longo de algumas horas entre o fim da manhã e o início da tarde, a Lua vai encobrir parcialmente a visão do Sol, no primeiro eclipse deste tipo no ano.


A parcela do disco de nossa estrela obscurecido pela Lua vai variar de acordo com a localização, sendo maior quanto mais ao Sul do país o observador estiver. De acordo com cálculos da Nasa, no Rio de Janeiro, por exemplo, o fenômeno terá início por volta das 10h10m, atingindo o máximo às 11h40m, quando cerca de 43% do Sol estarão encobertos, e depois se encaminhando para o fim, que ocorrerá aproximadamente às 13h11m. Já em Porto Alegre, a ocultação chegará a um máximo de cerca de 57% às 11h11m, enquanto no Recife não passará dos 16% às 12h30m.

COINCIDÊNCIA CÓSMICA

Os eclipses solares ocorrem por uma coincidência cósmica que faz a Lua e o Sol parecerem ter diâmetros praticamente iguais no céu, embora os dois objetos tenham tamanhos muito diferentes: enquanto nossa estrela tem um raio de quase 700 mil quilômetros, o satélite tem um raio de apenas pouco mais de 1,7 mil quilômetros. Mas a Lua está a uma distância média de cerca de 384 mil quilômetros de nosso planeta, enquanto o Sol fica a uma média de quase 150 milhões de quilômetros.

Como a Terra acabou de passar em janeiro pelo periélio, isto é, o ponto de maior aproximação do Sol na sua órbita anual, e a Lua está perto do chamado apogeu, a posição de sua órbita mais distante de nosso planeta, o disco do satélite parece um pouco menor que o da estrela. Assim, este eclipse é de um tipo conhecido como anular, e na estreita faixa que a Lua vai parecer encobrir o máximo do Sol — que corta o Sul do Chile e da Argentina, o Oceano Atlântico Sul e termina no Sul da África — sobrará um “anel de fogo” da borda de nossa estrela, daí o seu nome.

— A Terra está um pouco mais perto do Sol e a Lua um pouco mais longe de nosso planeta. Visualmente, quase não se percebe esta diferença, mas esta é a confluência típica de um eclipse anular — resume Alexandre Cherman, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro.

Observar um eclipse solar, no entanto, exige cuidados redobrados. Os especialistas destacam que nunca se deve olhar diretamente para o Sol, ainda mais com algum tipo de instrumento, como binóculos, sob o risco de danos na retina e cegueira permanentes.

— Óculos escuros e filmes de raios-X velados também não são suficientes para evitar danos aos olhos — reforça Josina Nascimento, física e pesquisadora do Observatório Nacional. — Os equipamentos devem ter um filtro solar especialmente fabricado para isso, mas a melhor forma de acompanhar um eclipse solar é fazer uma projeção do fenômeno num anteparo.

EM AGOSTO, NO NORTE E NORDESTE

Este, no entanto, não será o único eclipse do Sol visível no Brasil este ano. Em 21 de agosto os moradores das regiões Norte e Nordeste poderão observar outro fenômeno parcial, mas em condições piores do que as deste domingo, num horário mais perto do pôr do Sol e com taxas de obscurecimento menores. Este eclipse, por sua vez, está sendo aguardado ansiosamente pelos americanos, já que será do tipo total, em que o disco lunar encobre totalmente o solar, numa longa faixa de aproximadamente 100 quilômetros de largura que atravessa os Estados Unidos.

No Brasil, dois eclipses anulares do Sol terão parte de suas faixas de maior obscurecimento cruzando as regiões Norte e Nordeste do país, mas só em 2023 e 2028, além de um atravessando o Rio Grande do Sul em 2034. E um eclipse solar total, por aqui, só será visível em parte do território brasileiro daqui a uns bons anos, em agosto de 2045.

— Eclipses solares não são exatamente um fenômeno raro, já que a cada dois anos temos pelo menos um total em alguma parte do mundo — lembra Josina. — Mas estes locais estão muito espalhados pelo planeta e as faixas de totalidade são relativamente muito estreitas. Assim, uma pessoa pode passar a vida inteira sem ver um se nunca se mudar de cidade.



Fonte: O Globo 

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