Ponte do Gote, no Canal das Flechas, corre risco de cair

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Cabeceira da ponte já arriou cerca de 10 centímetros de um lado

A Ponte do Gote – sob o Canal das Flechas –, em Campos, corre o risco de cair, segundo informou o presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa.

Ele teme que com a vasta vegetação que se alojou nas colunas/pilastras da ponte, a mesma, cuja cabeceira já arriou cerca de 10 centímetros de um lado, despenque totalmente caso não seja feito nenhum serviço emergencial.

“Até hoje ninguém tomou providência, nós estamos preocupados porque essa ponte de uma hora para outra pode cair. Tem comportas abertas em Barra do Furado para ir baixando o nível da lagoa porque senão põe Ururaí dentro d’água. Com essas comportas abertas está descendo o fluxo de mato por falta de manutenção dos canais. O governo do Estado está quebrado e abandonou tudo e agora está arriscado de a gente ter um prejuízo grande se essa ponte cair, porque é onde passa tudo ali que vai para Barra do Furado”, disse preocupado o presidente.

Inojosa informou que vendo a necessidade de intervenção, a Asflucan e os Sindicatos dos Produtores Rurais e dos Ceramistas, vem fazendo a manutenção da ponte. “A gente vem pedindo para que se faça a limpeza da ponte, que está cheia de mato e com risco de ser levada pela água, mas ninguém fez nada e nós tivemos que assumir o operador que está lá, porque caso contrário, nem abriria e Ururaí estaria debaixo d’água. Nós estamos tendo de fazer manutenção de um monte de coisa que era obrigação do Estado”, disparou o presidente.

O responsável pelo monitoramento de recursos hídricos na região hidrográfica 9 (composta por 22 municípios – Baixo Paraíba) do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Paulo Jorge, disse que os reparos estão para serem feitos, mas o Estado não tem nenhuma previsão de data para a realização dos serviços. No entanto, de acordo com ele, o processo para a intervenção no Canal das Flechas já tramita em tempo nas instâncias superiores há mais de um ano.

“A gente está ciente da situação e estamos acompanhando não é de agora. Já tem alguns meses que as moitas pararam nas colunas/pilastras da ponte, só que o Estado não tem recurso nem para os serviços básico-preliminares quanto mais para limpar aquilo ali”, comentou Paulo Jorge.

Ele enfatizou que a limpeza emergencial das comportas é uma necessidade e há pouco tempo (período que antecedeu as eleições municipais de 2017) até a Prefeitura de Campos prometeu fazer o serviço colocando, inclusive, algumas máquinas no local, mas depois do pleito, não deu andamento a obra.

“O Canal das Flechas há muitos anos está todo sujo. O estado, juntamente com o governo federal fez há uns quatro ou cinco anos a limpeza de todo o canal, comportas e tudo, no entanto, faltou manutenção e o mato voltou a acumular. Hoje, estamos com três comportas abertas no local, mas se houver necessidade de abrir mais comportas a água não anda porque o canal, antes de chegar às comportas, já está todo obstruído de vegetação. O problema é que a Ponte do Gote está servindo como se fosse um coador, um local aonde a água vai passar e encontra as pilastras das compostas e se fixa por ali. A ponte corre risco? Corre, mas não tanto porque tem as comportas e, se houver uma pressão maior com acúmulo de água, a gente fecha as comportas”, esclareceu Paulo Jorge.

A Prefeitura de Campos foi procurada, por e-mail, para saber o porquê da interrupção da obra, mas até a publicação desta matéria, de acordo com o Ururau, não retornou o contato.

Ururau