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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Psicólogo diz que jovens usam droga para preencher “vazio existencial”

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Mesmo nascidos em mundos diferentes, usuários de drogas, vivem o mesmo dilema, um “vazio existencial”. Enquanto jovens da classe alta se aventuram com as “balinhas” – nome dado ao ecstasy, jovens da classe baixa buscam “refúgio”, nas pedras de crack.

Independente de classe social, as drogas têm levado jovens à dependência física e emocional. Segundo o psicólogo Luiz Antonio Cosmelli, especialistas em Saúde Mental estão preocupados com essa geração, pois é ela que vai determinar o futuro da nação.

Cosmelli explica que a droga não escolhe a próxima vítima, sendo ela rica ou pobre. “Há certa hipocrisia quando se fala sobre o uso de drogas entre pessoas de classe social. É comum dizer que a pessoa usa socialmente. Não se deve subestimar o poder da droga por você estar em uma classe social elevada. Por ter maior poder aquisitivo, essa classe também adquire droga com mais facilidade, mas isso não sai nos jornais. Enquanto na classe baixa as famílias dependem dos serviços públicos para afastar o filho das drogas, famílias ricas gastam fortunas com internações”.

O especialista observa que muitos dependentes pertencem a famílias desestruturadas. “Isso não quer dizer que os filhos de pais divorciados ou solteiros serão dependentes. O problema é que muitos pais querem preencher a ausência de carinho, amor e atenção com bens materiais. Facilidades ou dificuldades podem gerar esse vazio”, declarou Cosmelli.

Apreensões de drogas sintéticas crescem à medida que o consumo aumenta

O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM), tenente-coronel Marcelo Freimam, informou que o número de apreensão de drogas sintáticas – aquelas fabricadas em laboratório – está crescendo em Campos. “De janeiro até 23 de setembro deste ano apreendemos 720 comprimidos de ecstasy. No mesmo período, no ano passado, apreendemos 146. É um aumento substancial e preocupante. O mesmo acontece com o ‘cheirinho da loló’. Este ano foram apreendidos 460 frascos. No ano passado, apreendemos 78”.

Freimam explicou que, por custar mais caro, o ecstasy circula em festas e shows frequentados pela classe alta. “Sabemos que por causa da crise o preço do comprimido está variando de R$ 25 a R$ 45, de acordo com o local”.  

À medida que prende traficantes, a polícia retira a droga de circulação e auxilia na redução do consumo. “Temos o dever de reduzir os índices de violência gerados pelo tráfico de drogas. Em média, 70% dos homicídios são gerados por pessoas envolvidas com o tráfico. A polícia faz um trabalho preventivo nas escolas públicas por intermédio do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). O programa atinge um público que ainda não foi atraído pelo tráfico. A partir das informações que recebem sobre os efeitos e consequências, as crianças têm chance de dizer não às drogas”, esclareceu Freimam.

Comandante orienta pais sobre atenção com os filhos

O comandante Freimam aproveita a oportunidade para deixar um recado para os pais. “Hoje percebemos que existem várias coisas que distanciam pais e filhos, uma delas é a internet. O jovem está perdido em um contexto onde recebe boas e más informações. Compete à família orientar sobre o que beneficia ou atrapalha o desenvolvimento dele. Vivemos em uma sociedade consumista. É necessário que os pais se aproximem dos filhos para saber sobre suas necessidades, amizades, e fiscalize os lugares que eles frequentam. 

Que haja diálogo franco. Temos que buscar os valores da família e da religiosidade – independente de confissão religiosa. Devemos fazer as refeições juntos, um costume que foi perdido com o passar dos tempos”.












JTV

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