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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

BARRA VELHA - Cachaça do Farol ganha mercado

Alambique do Leley produz há 30 anos
Fotos: Michelle Richa
A cachaça vem conquistando paladares exigentes e levando um pouco da cultura nacional onde quer que chegue. Terceiro destilado mais consumido do mundo, movimenta uma indústria de R$ 7 bilhões por ano, segundo estimativas do Centro Brasileiro de Referência da Cachaça (CRBC), e alcança espaço cada vez maior com a produção artesanal de alambique, devido à variedade e exclusividade dos rótulos. 

Uma “singularidade” que é defendida com paixão por Odirley Carlos Henrique Caetano, o Leley, um dos tradicionais produtores artesanais de cachaça de Campos.
Fotos: Michelle Richa

Instalado na Fazenda São Thomé,  localizada em Farol de São Thomé, em Campos, o Alambique do Leley produz a cachaça Barra Velha em três variedades: de um ano, armazenada em dorna de aço inoxidável, que apresenta cor branca; de três anos, envelhecida em barril de carvalho, com coloração amarelo claro; e premium, também envelhecida em barril de carvalho, mas por cinco anos, com coloração amarelo ouro. A pinga já conta 30 anos e surgiu de forma inusitada.

— Tinha 17 anos, cursava a Escola Técnica Federal de Campos (ETFC), atual Instituto Federal Fluminense (IFF), quando participei de uma edição da feira “Saber Fazer Saber” produzindo cachaça. Cheguei empolgado em casa e, durante o jantar, só falei sobre aquilo. Garanti ao meu pai que faríamos nossa própria cachaça. Dias depois, ele apareceu com um saco de dinheiro, me entregou e disse: “agora vamos ver se produziremos, mas você não tem chance de errar, já que vendi metade do nosso gado”. Foi então que fomos atrás de todo o material e concebemos a Barra Velha. No começo era uma cachaça comum, mas então começamos a buscar a singularidade — recorda Leley, que é técnico em Química.
Odirley Carlos Henrique Caetano - Leley
Certificada pelo ministério da Agricultura do Brasil, a Barra Velha é produzida artesanalmente, com a utilização de canas plantadas na própria Fazenda São Thomé — cerca de 300 toneladas por ano — sem adição de agrotóxicos ou adubos químicos. A destilação é feita através de fermentação natural com a utilização de fubá de milho e limão galego, “uma receita usada desde a época dos escravos”.

— Aguardamos o melhor momento para cortar a cana, que é antes da brotação, entre 13 e 14 meses, quando o açúcar redutor foi maturado pelo sol. É este açúcar que funde os ésteres — explica — colhemos apenas as canas que vamos moer no dia, para ter um material sempre fresco, utilizamos alambique de cobre a fogo nu, que, segundo os especialistas, produz os melhores destilados do mundo, como o conhaque Rémy Martin e o uísque Jack Daniel’s, e aproveitamos apenas o coração da cachaça, dispensando a cabeça e a cauda.

O envelhecimento é feito em barris de carvalho comprados da Pernord Richard, conglomerado francês que atua no ramo de bebidas alcoólicas. “Envelhecimento é uma arte antiga, surgida na China há mais de cinco mil anos e adaptada por ingleses e espanhóis. O processo enobrece a bebida e amacia o álcool, que deixa de queimar na boca”.

Anualmente, Leley produz de 20 a 25 mil litros da Barra Velha, empreitada que gera nove empregos diretos. Apesar da seca ter ocasionado uma quebra de safra de cerca de 40% em 2015, o produtor não vê recessão no setor. “Estamos em crescimento, não há crise para nós”.

Qualificação constante para ter produto único

“A produção de cachaça é uma espécie de alquimia em que se busca a singularidade”, afirma Leley. De acordo com ele, cada pinga é única, reflexo de suas condições de produção e de quem a faz. Esse cuidado em busca de um sabor próprio não passa apenas pelo cuidado com o cultivo da cana, mas também por muita qualificação técnica, estudo e avaliação de órgãos e entidades de gestão e fomento nacionais.

— Em 2013 participamos de um curso promovido no Rio de Janeiro com um master blender da Jack Daniel’s e fazemos parte do programa Talentos do Brasil, criado pelo ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Estamos refinando o produto, participando de eventos de degustação promovidos por entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Como resultado, fomos selecionados para estarmos presentes nos Jogos Olímpicos Rio 2016 — afirma, lembrando que o esforço rendeu reconhecimento internacional — tivemos a nota mais alta com a Barra Velha envelhecida por três anos em um torneio em Bruxelas, na Bélgica.

A aceitação, porém, veio não só por parte da crítica, mas também do mercado. “Além do estado do Rio de Janeiro, alcançamos o Espírito Santo, onde temos revendedor, São Paulo, onde marcamos presença no Mercado Municipal, e, de certa forma, todo o país, que percorremos com as degustações”, finaliza.
Fotos: Michelle Richa

Folha da Manhã

Um comentário:

  1. MEU NOME É SÉRGIO LUIZ DE SOUZA.
    CONHECI A CACHAÇA EM UMA FEIRA NO LARGO DO MACHADO NO RIO DE JANEIRO. GOSTARIA DE SABER SE VENDE POR INTERNET OU COMO CONSIGO COMPRAR. MEU EMIL É: SERGIO_EMAIL@HOTMAIL.COM

    GRATO

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