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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Mortandade de peixes e camarões preocupa pescadores do Farol

Pescadores denunciam a mortandade de peixes e crustáceos, como o lagostim de água doce, próximo ao Terminal Pesqueiro da Praia do Farol de São Thomé, em Campos.


Desde o início da semana pescadores que moram perto do Terminal Pesqueiro do Farol estão com problema de mortandade de espécies de peixes e camarões. A água do canal Andreza esta muito suja e os pescadores ficam sem matéria prima para o sustento.


O problema teria ocorrido após a chuva da semana passada, que levou o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) a abrir algumas comportas de canais na Baixada Campista para entrada da água do rio Paraíba do Sul. Como o Canal de São Bento estava assoreado, a vegetação se acumulou na comporta, teria entrado em decomposição, consumindo o oxigênio da água e matando os peixes.
O presidente da Colônia de Pescadores Z-19 do Farol , Rodolfo José Ribeiro, disse que cerca de 50 famílias, que dependem diretamente da pesca na região, podem ser prejudicados. “Não sabemos ao certo a quantidade de peixes mortos, mas são centenas. O problema começou domingo (31/3) e se agrava a cada dia, sem contar no mau cheiro da água no terminal pesqueiro, entramos em contato com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e nos informaram que o problema foi causado pela vegetação que esta morrendo e tirando oxigênio, mas achamos que isso não procede. Espécies como o robalo, tainha, piau, bagre, sairú que são nativas e de pesca comercial estão morrendo. Além dos camarões pitu, lagosta e lagostinha”, disse.
Rodolfo observa que os pescadores amargam prejuízos desde a época do defeso, quando alguns canais sofreram salinização devido às obras do Porto do Açu, causando mortandade de peixes. A assessoria de imprensa da LLX havia informado que a empresa monitora os níveis de salinidade em mais de 40 pontos na área de influência do Porto, de acordo com as exigências do licenciamento.
Segundo os pescadores há mais de um ano o canal foi limpo pelo Inea, mas já esta assoreado e com mato.


Quase 100 famílias sobrevivem da pesca na região próxima ao terminal e a falta de pescado trás prejuízos.
“O período de defeso terminou há 35 dias e logo no início das atividades acontece um acidente como esse. Fica complicada a situação dessas famílias. Vamos encaminhar amostras da água para a Universidade Estadual do Norte Fluminense, a Uenf, e para o Instituto Federal Fluminense que vão participar com a gente de uma reunião nesta sexta”, comentou.
O Superintendente do Inea, Rene Justen, informou que o canal Andreza também é conhecido com canal São Bento e que próximo ao Terminal Pesqueiro ficam duas comportas.

“Elas ficaram fechadas a cerca de seis meses, a decisão de fecha-las foi tomada durante uma reunião do Comitê de Bacias para que permanecessem fechadas por causa da seca. Para que assim o nível da água subisse e abastecesse aquela região. Existe uma parte do canal Quitingute que fica na mesma bacia, que esta com uma zona morta em que o nível de oxigênio chegou a zero e os peixes acabam morrendo”, explicou.
Rene ressaltou que é necessário abrir as comportas para que a água renove. “Estamos abrindo a comporta do canal Andreza desde anteontem. Primeiro vamos fazer a drenagem para depois ver a possibilidade de fazer a limpeza do canal”, finalizou.





Jornal O Diário / Ururau